Após 2 anos de aquisição do
ARCHICAD, entrevistamos o proprietário e fundador,
arquiteto Oscar Ferreira e o arquiteto Luiz Gazzi, da Arquitetura Oscar
Ferreira sobre um projeto no qual o ARCHICAD foi fundamental para a tomada de
decisões.
Para começarmos essa entrevista
me fale um pouco sobre a Arquitetura Oscar Ferreira?
Luiz Gazzi:
A Arquitetura Oscar Ferreira está no mercado desde 1988. Temos uma
experiência grande em vários tipos de projetos, como prédios comerciais e
residenciais, sedes de empresas, como por exemplo a sede da MRV Engenharia, e
ainda hospitais, hotéis e restaurantes.
Acreditamos que a arquitetura deve se atentar à qualidade urbanística,
atendendo aos anseios do usuário que vai habitar ou utilizar a edificação e
ainda dar um retorno financeiro pro investidor. Então a edificação concebida
tem que ser vista como um produto que possibilite ao investidor avaliar o custo
total versus a receita possível na venda do empreendimento. Não adianta fazer
um edifício que atenda à vaidade do arquiteto mas que no final das contas
“quebre” quem está investindo. Então nós temos um modo de ver a arquitetura
bastante funcional. Otimizamos o método construtivo, com soluções que fazem
grandes efeitos estéticos/plásticos sem complicar a construção. Isso
possibilita um excelente retorno para quem executa a obra. Essa é nossa visão
de arquitetura.
Oscar Ferreira:
Na verdade eu comecei a projetar em 1968, no meu segundo ano de
faculdade. Em 1971 me formei em arquitetura e desde então trabalho com
projetos.
Qual a principal razão da escolha
do ARCHICAD neste projeto?
Luiz Gazzi:
Fizemos pequenos projetos no ARCHICAD a fim de entender melhor como a
ferramenta funcionava e aprimoramos o TEMPLATE. Nós tivemos sucesso em 100% das
aprovações de nossos projetos desenvolvidos nessa plataforma junto às
prefeituras. Isso nos motivou a usar o sistema para resolver projetos mais
complexos.
Oscar Ferreira:
Inclusive o primeiro teste do ARCHICAD já está construído. São casas
geminadas que estão no mercado.
O projeto escolhido para trabalhar no ARCHICAD foi “extremamente
complicado”. É interessante contar a
história do lote para entender melhor a concepção do projeto. A quadra aonde o projeto está inserido foi
executada com dimensões menores do que o projeto do loteamento previa. Ao ver a
construção de um edifício no penúltimo lote vago do quarteirão, a proprietária
do lote vizinho viu o seu terreno ser drasticamente reduzido e entrou em
contato com a construtora acreditando ter sido “invadida”. Para evitar
conflitos, o construtor decidiu comprar o lote e lançou para o nosso escritório
o desafio: projetar um edifício residencial no lote.
A base do projeto em questão é um “resto de lote”, pequeno, triangular,
estreito e tão irregular que a prefeitura alegou inicialmente, mas
equivocadamente, que ele pertencia a uma área de proteção ambiental por excesso
de declividade. Apesar de todas as
dificuldades conseguimos consumir o potencial construtivo do terreno, com uma
boa qualidade.
Também na escada privativa do apartamento duplex tivemos que fazer 2
soluções diferentes. São 2 apartamentos por andar em um terreno triangular. Num
deles a escada entrou por cima da escada de uso comum, o que é bastante
complexo, visto que trata-se de uma escada girando dentro da outra. No outro
apartamento, a escada sobe por cima do banheiro e aproveitamos o espaço de
pé-direito reduzido no trecho do banheiro para colocar a caixa acoplada do vaso
sanitário. Mais uma vez seria muito mais complicado fazer isso em 2D e explicar
ao construtor as soluções do edifício.
Foi uma solução tão complexa que não poderia ter sido dada depois. Você
tem que dar a solução de como vai ser feita a forma, porque senão depois você
não consegue construir o elemento.
O interessante, neste caso, é que o calculista do projeto estrutural
também trabalha em BIM, não na plataforma do ARCHICAD, mas foi possível a troca
de informações através do arquivo em IFC. O calculista informou que o envio do
nosso projeto em IFC foi extremamente útil para o projeto dele e que ele havia
entendido muito bem o funcionamento das escadas, os giros e a transição de
pilares que aconteceram na garagem.